E nestas modestas palavras da minha autoria, deixo o retrato que faço dela:
Entre
pedras e poeira
Nasci
no Largo da Feira
Minha
mãe, rosto cansado
De
rugas e desenganos
Não
tinhas dias nem anos
Apenas
sonho sonhado
De
filhos, uma mão cheia
À tua
roda vivia
No suor
do dia a dia
Nos
trilhos de volta e meia
Minha
mãe, na selha de água
As
parcas roupas lavavas
E a voz
com que cantavas
De
branco tingia a mágoa
Entre
cestos e bancadas
Todo o
resto bordejavas
E no
peixe que enlatavas
Escorrias
ânsias passadas
Minha
mãe, rosto sulcado
De
rugas e desenganos
Viste
passar muitos anos
Viste
passar o teu fado
Os
filhos, todos partiram
Outras
vidas arriscaram
E na
sorte que ganharam
Toda a
tua força viram
Oh,
minha mãe, minha mãe
Teus
olhos queria ver
Para
nunca me esquecer
Qu’Entre
pedras e poeira
Nasci
no largo da feira
(Esperança Bebiana Afonso)
2 comentários:
Muito bom! Parabéns!
Obrigada, Prima Dulce! Beijos a todos e um especial para o Rafael.
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