A guerra do Ultramar também marcou diretamente a nossa família.
No início dos anos 60 do século XX, o Tio Russo e o Tio Celestino cumpriram o serviço militar obrigatório. A nuvem negra da Guerra que rebentara nas províncias ultramarinas pairava sobre milhares de jovens mancebos.
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Tio Russo |
O Tio Russo não foi chamado mas o Tio Celestino não se pode furtar à mobilização para Angola. Tanto quanto a minha memória alcança, creio que o seu destino foi o Distrito da Lunda, local de muita atividade guerrilheira, pois era a área geográfica dos diamantes.
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Tio Celestino em pose marcial |
Muito sofrimento e muita dor, muita saudade de ambos os lados, dele e da família.
Um dia, em Matosinhos, chegou uma carta, envelope de via aérea, e lá dentro este apontamento fotográfico de uma partida de futebol entre jovens militares que pontapeavam o destino e driblavam o futuro numa terra distante.
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O Tio Celestino, 1º à direita |
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Dedicatória da foto, para o Mano João |
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