Por diversas vezes, quando a ocasião propiciava ao relato das expressivas histórias que o meu Pai lembrava, vinha sempre à baila o prémio que os nossos Avós tinham recebido das senhoras da Igreja por serem uma família numerosa.
Pormenorizava a minha Mãe que quando a Avó Cebola foi avisada que iria receber o tal prémio, acudiu-se-lhe uma espécie de vergonha e quase que recusou recebê-lo.
Depois de muito instada, a Avó Cebola lá acedeu em ir com a minha Mãe receber aquela distinção, cujo valor pecuniário era de 1.000$00 (cerca de 400 €, mais coisa menos coisa, a preços de hoje). O destino desse dinheiro de valor para a época, nunca o soube.
Hoje mesmo, numa das minhas pesquisas no Arquivo Municipal de Olhão, dei de caras com o relato jornalístico desse acontecimento, no "Correio Olhanense" de 6 Dezembro de 1949!
O prémio não provinha da Igreja mas da Obra das Mães para a Educação Nacional, organização criada em 1936, na vigência do Estado Novo de Salazar, e que tinha por objetivo estimular a acção educativa da família e assegurar a cooperação entre esta e a escola, através da reeducação das mães, da assistência materno-infantil, das semanas da mãe e dos prémios às famílias numerosas.
Estes prémios eram distribuídos anualmente, em Dezembro, nas semanas da mãe. Concedidos ao meio rural ou afastado dos centros urbanos, precisamente aquela faixa da população que não tinha acesso ao abono de família ou outras formas de assistência social e familiar, os prémios constituíram,assim, um substituto das inexistentes medidas de apoio social do Estado e não representaram mais do que um escassíssimo paliativo para as dificuldades das famílias, dado que só um número muito reduzido de famílias eram contempladas, como se pode ver no quadro abaixo.
Esta é mais uma curiosidade a juntar a outras tantas na nossa família.
Pormenorizava a minha Mãe que quando a Avó Cebola foi avisada que iria receber o tal prémio, acudiu-se-lhe uma espécie de vergonha e quase que recusou recebê-lo.
Depois de muito instada, a Avó Cebola lá acedeu em ir com a minha Mãe receber aquela distinção, cujo valor pecuniário era de 1.000$00 (cerca de 400 €, mais coisa menos coisa, a preços de hoje). O destino desse dinheiro de valor para a época, nunca o soube.
Hoje mesmo, numa das minhas pesquisas no Arquivo Municipal de Olhão, dei de caras com o relato jornalístico desse acontecimento, no "Correio Olhanense" de 6 Dezembro de 1949!
O prémio não provinha da Igreja mas da Obra das Mães para a Educação Nacional, organização criada em 1936, na vigência do Estado Novo de Salazar, e que tinha por objetivo estimular a acção educativa da família e assegurar a cooperação entre esta e a escola, através da reeducação das mães, da assistência materno-infantil, das semanas da mãe e dos prémios às famílias numerosas.
Estes prémios eram distribuídos anualmente, em Dezembro, nas semanas da mãe. Concedidos ao meio rural ou afastado dos centros urbanos, precisamente aquela faixa da população que não tinha acesso ao abono de família ou outras formas de assistência social e familiar, os prémios constituíram,assim, um substituto das inexistentes medidas de apoio social do Estado e não representaram mais do que um escassíssimo paliativo para as dificuldades das famílias, dado que só um número muito reduzido de famílias eram contempladas, como se pode ver no quadro abaixo.
Esta é mais uma curiosidade a juntar a outras tantas na nossa família.
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