CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DO TIO JOÃO BÚZIO

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Filha Mais Velha





 Maria Manuela Viegas, conhecida por todos como Necas, nasceu no dia 27 de outubro de 1932, trazendo mais uma esperança à Avó Cebola, que até aí só tivera rapazes e a única menina, a Otelinda da Conceição, morrera ainda bebé.


No mesmo dia em que  a Tia Necas completava 26 anos, e eu ainda nem dois anos tinha, abalei com a minha mãe e a minha irmã para Matosinhos, onde o meu pai trabalhava e nos aguardava com ansiedade. Por isso foi com infinita surpresa e reforçada curiosidade que a conheci 13 anos depois. Foi na primavera de 1965. Alegre e espirituosa, afectiva e brincalhona, já não tinha a silhueta fina e o ar cinematográfico que eu reconhecia nas fotografias de família, religiosamente guardadas em álbuns confecionados nas longas noites do inverno nortenho.
Foi sempre assim, a Tia Necas: faladora, sociável, risonha, mas também determinada e aguerrida. No entanto, a característica talvez  mais forte dela era o despojamento: “tirava a camisa” para dar a quem estivesse em aflição, mesmo que as consequências não lhe fossem favoráveis.

Casou em 23 de Fevereiro de 1957 com o Tio Manuel Viegas Bonança, já recordado nestas páginas, e acompanhou-o aquando da sua ida para Angola, primeiro e Cabo Verde, depois.
Desse casamento nasceu o Primo Manelinho e a Prima Beta.


A Tia Necas faleceu em Olhão no dia 25 de Janeiro de 2007.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Os Ramos da Árvore

Agora que já sabemos quem são os avós dos nossos avós, vamos continuar a espreitar os diversos ramos da nossa árvore. 
Do Tio Celestino já vimos os filhos e os netos. Segue-se o ramo do Tio Xico e da Tia Lucinda que, com filhos netos e bisnetos, é o núcleo familiar mais numeroso.

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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Até à 5ª Geração

Folhear os livros antigos de registos de nascimentos, casamentos ou óbitos não é seguramente um exercício de pesquisa de meras datas e filiação. É muito mais do que isso. Em cada linha desses assentos há histórias que se adivinham ou são explicitamente contadas por quem as escreveu. Enquadrados numa comunidade relativamente pequena, descobre-se a relação existente entre os seus habitantes seja pela repetição, por exemplo, de padrinhos ou testemunhas para as celebrações de baptismo ou casamento, seja pela importância social dos mesmos. Até nos registos da morte se sabe da condição do defunto através dum simples "foi acompanhado pela comunidade".
A nossa família não escapa a estas constatações. O nosso trisavô Manuel Viegas Balthazar Contreiras provinha de uma família abastada, onde as senhoras tinham Dona no nome e os homens uns eram  armadores, outros negociantes, outros funcionários da Câmara Municipal, outros escrivães de Direito. Teria sido a diferença social  que levou a nossa trisavó Joanna da Cruz a omitir o nome dos seus pais no registo de casamento? 
Os nossos bisavós Francisco Viegas Contreiras e Joanna Baptista tiveram 10 filhos, três raparigas e sete rapazes, sendo que três deles morreram nos oito dias subsequentes ao parto. Seis chegaram à idade adulta. José Feliciano Alves, escrivão de Direito do Tribunal da Comarca de Olhão foi padrinho, conjuntamente com a filha e depois com a mulher, de quatro dos nossos tios. Ora a mãe da nossa bisa era, à data da morte, "governanta de casa". Pensemos, então, que poderia trabalhar em casa do Doutor e teria convidado o mesmo para apadrinhar os netos... Seria? 
Sabemos que um determinado primo "deu a alma a Deus" de "forma súbita" quando o seu barco entrava na barra da Fuzeta. Era novo e deixou dois filhos menores. Outro primo morreu afogado, juntamente com outros três num naufrágio à entrada da barra de Olhão. 
E muitas mais histórias existem, até à 5ª geração, ou mais. 

No quadro abaixo estão os nomes (e algumas datas) dos nossos antepassados até essa 5ª geração, num intervalo de anos que vai de 1898 (data do nascimento do Avô Xico) a 1728 (sem precisão). São 170 anos de Salvado, Sousa, Charrão, Barbosa, Contreiras e Viegas.


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