No dia 13 de Junho, o Tio Russo faria 74 anos
(apesar do seu registo de nascimento ter ocorrido em 22 de Dezembro).
Franzino e loiro, o Avô Xico "rebatizá-lo-ia" de sangue branco, mas o nome de batismo Joaquim depressa se diluiu na alcunha Russo com que passou a ser tratado e conhecido toda a vida e depois dela.
Tenho muito boas lembranças do Tio, especialmente da calma
com que escutava e falava.
As primeiras recordações reportam aos anos de Matosinhos e
vejo um jovem bem apessoado, de baixa
estatura, magro e loiro. Embora discreto e reservado por natureza, alinhava em
brincadeiras e partidas que os irmãos, feitos homens, adoravam pregar uns aos
outros e mesmo aos de fora. Tinha uma voz de timbre suave e melodioso que eu
adorava ouvir: “os dois ao luar, num pedacito de vela, e as águas do mar, calma
como a noite bela…”, ainda me soa nos ouvidos muitas vezes.
A convivência com ele, aqui em Olhão, foi sempre afável e muito próxima.
Casou no dia 19 de Fevereiro de 1967 com a Tia Elvira. A Prima Elvira e o Primo Joquenito perpetuarão as suas memórias e o seu nome.
Partiu no dia 28 de Março de 1990 e a emoção que ainda sinto desse dia cala-me as demais
palavras.