CENTENÁRIO DO CASAMENTO DO AVÔ FRANCISCO VIEGAS COM A AVÓ BIBIANA DA CONCEIÇÃO

terça-feira, 24 de abril de 2018

O Primeiro Neto

Chegou agora a vez de dar a conhecer aos mais novos a primeira geração de primos.
Vamos, então conhecer o primeiro neto do Avô Xico e da Avó Cebola:

PRIMO XIQUEZINHO


Primeiro filho do Tio Xico e da Tia Lucinda, Francisco António Viegas nasceu numa quinta-feira, a 2 de maio de 1946. Nesse mesmo ano foi batizado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, tendo sido seu padrinho João Domingos, empresário de Santa Luzia e dono do barco que o Tio Xico andava "à forra" (forma de se comprar um bem a prestações).

 
Primo Xico com os pais
Aos 6 anos foi para a escola do Largo da Feira e aí completou a 4ª classe como aluno do professor Marques.


Escolas do Largo da Feira
De espírito irrequieto e aventureiro, acompanhava , por volta dos 10 anos, com o Tio Celestino e Tio Russo na apanha do marisco e moluscos na Ria Formosa, e em simultâneo fazia uns biscates para o Sr. Gervásio, com mercearia na Rua Almirante Reis, onde o maior pagamento era andar na bicicleta das entregas ao domicílio. 
Antes de fazer 12 anos, aceitou com agrado o convite do Tio Eugénio, cunhado da Tia Lucinda, para ir trabalhar no casino de Armação de Pêra, propriedade do pai daquele. A sua principal função era colocar música ambiente, ao som da qual os turistas jantavam. Mas o facto de ter de residir longe dos pais, fez com que procurasse outra coisa mais perto. Então, o Tio Celestino e o Tio Russo, que trabalhavam lá, arranjaram-lhe lugar na Companhia Portuguesa de Congelação, em Olhão, onde ganhava cerca de 2,5 escudos à hora (cerca de 1 €).

Companhia Portuguesa de Congelação (já extinta)
 
Em 1960, e em resultado de um conhecimento antigo com um vendedor da marca "Vaqueiro", Orlando Siderac Reis Silva (cuja família era dona de uma fábrica de conservas em Olhão), Xico vai para Faro trabalhar para a empresa Unilever Portuguesa. Empregado no armazém, tanto desempenhava funções administrativas como ia, de bicicleta, falar diretamente com os clientes e trazer encomendas que passava ao vendedor.

Anúncio da margarina Vaqueiro, anos 50
Num dia de trabalho de 1964,  o vendedor Mário Coelho (que seria anos mais tarde padrinho da filha Ana) pede-lhe para o acompanhar numa visita comercial a um cliente. Aí, enquanto o colega conversava com um desconhecido, Xico despachou o serviço de entrega de mercadoria, removeu e substituiu os anúncios e preparou os pacotes de devolução. O desconhecido apercebeu-se da vivacidade e empenho do ajudante e chamou-o. Desta maneira, travou conhecimento com o Engenheiro Soares dos Santos, que nessa altura comandava os destinos da Unilever Portuguesa e que no presente foi presidente do Conselho de Administração do grupo Jerónimo Martins, dono do Pingo Doce Supermercados. 
Tal encontro garantiu-lhe a função de vendedor de pleno direito e a promessa de mais altos voos, se as habilitações académicas o permitissem.
Ciente de um novo rumo que a sua vida poderia tomar, Xico decidiu candidatar-se aos exames externos do 1º ciclo no Liceu João de Deus, em Faro. Para se preparar convenientemente, recorreu às explicações particulares da professora Josefina Strazzera, cujos 300 escudos de ónus eram pagos de maneira bastante criativa: juntava caixas de cartão dos detergentes e grades de plástico e ia vender à Fábrica de Plásticos do Bom João, em Faro. Em 1965, completou com êxito todos os exames e obteve o diploma dos 1º e 2º anos dos Curso Geral dos Liceus. 
No final do mesmo ano, a Unilever fechou os armazéns em Faro e ele mudou-se para a empresa SPAR. 
Em 1966 foi à inspeção militar. Fez os psicotécnicos em Elvas e durante o ano de 1967 passou pelo CICA2 e RAP da Figueira da Foz, RIF4 de Faro (onde tinha o número 70544/67) e RI16 de Évora. 
A 1 de dezembro de 1967 partiu no navio Vera Cruz para Angola, onde chegou a 11 do mesmo mês. Destacado para Santa Cruz, a norte de Sanza Pombo, aí irá ficar nos 25 meses seguintes. 

Navio Vera Cruz transportando um contingente de tropas para África

 
Edifício militar em Sanza Pombo, 1969


 
Junto ao memorial dos soldados mortos do Batalhão de Caçadores


 
No quartel, em Angola

Os longos meses da guerra são suportados pelas saudades e memórias emocionadas da esposa que deixara para trás e com quem se tinha casado no dia 31 de outubro de 1965: Elizabete da Palma Dias Viegas. 

A prima Bétinha

 
No dia do casamento. À direita, a Tia Ermelinda, o Tio Manel e a prima Lina

Bétinha, como sempre foi chamada, era filha de Maria do Rosário, natural da Fuzeta, e de Firmino da Palma, natural de Pechão. Tinha dois irmãos, Dionísio da Palma e Bartolomeu Dias. Era operária conserveira, com aprendizagem na Fábrica do Americano, e continuidade na Fábrica do Pacheco. 

Maria do Rosário e Firmino da Palma, pais de Bétinha


Alegre e de longos e fartos cabelos, Bétinha foi a escolha definitiva numa proximidade que vinha desde a adolescência.


Bétinha escrevendo ao marido

 
Fotografia para enviar ao papá. Ana ao colo da mãe


A primeira filha do casal, Ana Cristina da Palma Viegas (Sérvulo, de casada), nasceu a 3 de março de 1967. É casada com José Neves Sérvulo e mãe de Fábio Viegas Neves, nascido a 22 de agosto de 1989.
O segundo filho, Paulo Alexandre da Palma Viegas, nasceu a 7 de janeiro de 1971. É casado com Goretti Viegas, da ilha do Pico, Açores, e pai da Mariana Viegas.
Mário da Palma Viegas é o terceiro filho e nasceu a 21 de novembro de 1973. É casado com Marisa VIegas e pai do Márcio Viegas e da Margarida Viegas. 
Em 1979, o primo Xico e a prima Bétinha adotaram o Carlinhos, de seu nome completo Carlos Pereira dos Santos.

Os filhos do Primo Xico: em cima - Ana e Paulo; em baixo - Mário e Carlos


Acabado o serviço militar, o primo Xico procurou, então, dar um rumo diferente à sua vida e em 1970 foi para a Alemanha, mais propriamente para a cidade de Glinde, onde a boa oferta laboral permitiu chamar a mulher e os dois filhos mais velhos para junto de si. O Mário já nasceu em Glinde.

Friedericipark, Glinde, Alemanha
 Em 1974, depois do 25 de Abril, o primo Xiquezinho regressou com a família a Portugal.

Começou por trabalhar no Aviário Olhanense, e quando a empresa foi vendida entrou para sócio da firma Custódio & Oliveira, Ldª, com sede na Rua Manuel Martins Garrocho. Aqui trabalhou até 1987. 


Anúncio do Aviário Central Olhanense (1972)
 
Anúncio da firma Custódio & Oliveira, Ldª


Foi, então, para a empresa Geraldo Mariano Viegas, e aí permaneceu até 2004, ano em que se reformou.

Apesar de já ser septuagenário, o Primo Xico mantém o espírito irrequieto que sempre o caracterizou. É um homem de família e vive os seus dias rodeado dos filhos e netos, sempre acompanhado pela sua Bétinha, numa postura de cordialidade e simpatia para com toda a gente. 

Neste pequeno filme, é apresentado o núcleo familiar do Primo Xico:










terça-feira, 10 de abril de 2018

Os Avós- As Noras (II)

Hoje, vamos lembrar a

TIA LUCÍLIA



Maria Lucília da Silva nasceu a 9 de junho de 1928, na freguesia de Santa Maria da Graça, na cidade de Setúbal, filha de José Domingos da Silva, natural de Setúbal, nascido a 14 de setembro de 1901 e falecido em Olhão, a 3 de outubro de 1984, e de Alexandrina dos Santos, nascida a 9 de abril de 1903,
em Espinho, e falecida a 20 de agosto de 1981, em Gaia.


José Domingos da Silva, pai da Tia Lucília. Na década de 30 do século XX, foi mestre na Fábrica Henrique & Cª, em Olhão. Sempre trabalhou na indústria conserveira como mestre.


Alexandrina dos Santos, mãe da Tia Lucília

Alexandrina dos Santos foi operária conserveira, sempre com a função de capataz/manageira

Eram irmãos da Tia Lucília:

Herculano dos Santos Silva, falecido em criança.

Augusto José Santos Silva, nascido em Setúbal em 1924, e falecido em Olhão a 16 de maio de 1993. 
Era casado com Maria José Caixinha, já falecida, e pai de Carlos Silva, técnico da empresa SAFOL, em Olhão, e também já falecido.

 
Augusto Santos Silva, irmão mais velho da Tia Lucília

Augusto Silva, operário da indústria conserveira


Conceição dos Santos Silva, nascida em Setúbal a 26 de julho de 1926 e falecida em Olhão, a 24 de outubro de 2013. Era casada com Francisco dos Santos Fiel, nascido em 1922 e falecido em 6 de janeiro de 1987, e mãe de Dina Fiel e Francisco Fiel.

Conceição Silva, conhecida por Tia Maria, irmã da Tia Lucília

Francisco Fiel, marido de Conceição


Rogério Santos Silva, nascido em Setúbal, a 17 de fevereiro de 1930 e falecido em Gaia, a 18 de março de 2007. Era casado com Deolinda Simões, natural do Canidelo, Gaia, nascida a 27 de setembro de 1929 e falecida a 25 de novembro de 2012, e pai de Guilherme Rogério Silva, atualmente reformado.


Rogério Santos Silva, irmão da Tia Lucília

Deolinda, esposa de Rogério


Do segundo casamento do pai da Tia Lucília, em 1944, com Maria de Lourdes, nasceu Stela Rufino, em 1945.

Stela Rufino, irmã da Tia Lucília

Nota de família: José Domingos da Silva viveu maritalmente, entre finais dos anos 30 e princípios dos anos 40, com outra senhora, da qual teve mais filhos, 4 dos quais chegaram à idade adulta: José Taia Silva, Eduardo Taia Silva e as gémeas Emília e Benvinda, todos com residência em Setúbal.



A Tia Lucília casou com o Tio João no dia 6 de janeiro de 1947.
A Tia Lucília faleceu a 18 de março de 1987.

A Tia Lucília com a mãe e a irmã Conceição, numa montagem fotográfica dos anos 30.


A Tia Lucília ao lado da mãe. Santo Tirso, 1958


O livrete do Grémio dos Industriais de Conservas de Peixe de Sotavento do Algarve com os carimbos das fábricas onde a Tia Lucília trabalhou, sendo o último da firma "Algarve Exportador", em Matosinhos


A Tia Lucília com a Avó Cebola e a prima Plácinha, 1954/55

A Tia Lucília entre a Avó Cebola e a Tia Necas. Sentados, a partir da esquerda: Tio Celestino, prima Esterinha, Tio Russo, Tio António



A Tia Lucília, na década de 80

sábado, 7 de abril de 2018

Os Avós - As Noras (III)

Continuando a apresentação das Noras dos Avós, temos a 

TIA SALVINA


Maria Salvina Afonso nasceu em Olhão a 27 de junho de 1942, filha de  Francisco Afonso, nascido em Olhão a 9 de junho de 1916 e falecido em Olhão a  13 de novembro de 1977, e de Maria Deolinda, nascida na Ilha da Culatra a 10 de março de 1922 e falecida em Olhão, a 21 de novembro de 2016. O casal  celebrou o seu casamento em Olhão, no dia 22 de dezembro de 1941.

Francisco Afonso, pai da Tia Salvina

 
Maria Deolinda, mãe da Tia Salvina



São irmãos da Tia Salvina:

A Tia Salvina com os pais e os irmãos
 
Maria do Carmo Afonso de Sousa, nascida em Olhão, a 18 de abril de 1949. Casou em 15 de setembro de 1968 com António Ramos de Sousa, natural de Olhão, nascido a 17 de fevereiro de 1944 e falecido em 12 de agosto de 2000.É mãe de Alexandrina de Sousa e de Sandra de Sousa.

Maria do Carmo, irmã da Tia Salvina

 
António Sousa, marido da Maria do Carmo


Mário Eusébio Afonso, nascido em Olhão, a 15 de dezembro de 1954. Casou  a 29 de dezembro de 1979 com Esperança Bebiana da Silva André Afonso, nascida a 21 de novembro de 1956.  Têm uma filha, Telma Mendonça.


Mário, irmão da Tia Salvina

Esperança, esposa do Mário

A Tia Salvina e o Tio Márinho casaram-se no dia 16 de fevereiro de 1964.

A Tia Salvina e o Tio Márinho no dia do casamento


A mãe da Tia Salvina, tia Deolinda, morou 84 anos no número 10 da Rua do Pinheiro. Figura bem conhecida de todos, tornou-se um ícone daquela zona da Barreta pela simpatia que distribuía aos habitantes locais e a estrangeiros.


A Tia Deolinda, a nossa Bisa, à porta da sua casa na Rua do Pinheiro

A tia Salvina

A Tia Salvina no presente