CENTENÁRIO DO CASAMENTO DO AVÔ FRANCISCO VIEGAS COM A AVÓ BIBIANA DA CONCEIÇÃO

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Rua a Rua

A lembrança que todos os primos têm da Avó Cebola contextualiza-se no Largo da Feira, mais propriamente na Travessa do Matadouro, numero 17. Muitas das fotografias que estão nas outras páginas foram aí tiradas.
Os nossos Avós fixaram aí residência quando vieram de Lisboa definitivamente. Mas os Pais deles e os Avós deles moraram em diversas ruas e largos de Olhão.Algumas dessas ruas desapareceram definitivamente por força do progresso e evolução urbana, outras mudaram de nome devido ao aparecimento de novos herois na cena política portuguesa e outras ainda nasceram em virtude do crescimento do núcleo urbano.
Os nossos bisavós e os pais deles viveram em casas no Bairro Manuel Luís- já desaparecido; na Rua de São Bartholomeu - hoje Rua Almirante Reis; na Rua da Lagoa ou do Pé Comido - actual Rua da Alagoa (a rua que vai da Ourivesaria Miranda para o Largo da Câmara); na Rua da Liberdade; na Travessa de Sant'Anna; no Bairro do Pelourinho (traseiras da Câmara); na Rua de Sancto António; na Rua do Sol Posto; na Rua da Cerca de Ferro; no Bairro dos Arménios; no Bairro dos Sete Cotovelos (atual rua dos sete cotovelos); na Rua da Angela; no Bairro do Moinho.
 
Na década de 1870 era este o traçado das ruas existentes em Olhão:

de Antonio Martins

 

domingo, 4 de maio de 2014

Pelo Dia da Mãe, As Mães da Família

Deixo aqui uma pequena homenagem a todas as Mães da nossa família. 
Em primeiro lugar à Avó Cebola, Bibiana da Conceição, Mãe da nossa família recente. Depois vêm as outras Mães todas, as mais antigas, as que foram as nossas bisavós, trisavós e quartas avós: Joanna Baptista, Joanna da Cruz, Iria de São João, Maria José Contreiras, Cecília de Jesus, Anna Maria e Caetanna Maria.


Quando Eu For Pequeno  

Quando eu for pequeno, mãe,
quero ouvir de novo a tua voz
na campânula de som dos meus dias
inquietos, apressados, fustigados pelo medo.
Subirás comigo as ruas íngremes
com a certeza dócil de que só o empedrado
e o cansaço da subida
me entregarão ao sossego do sono.

Quando eu for pequeno, mãe,
os teus olhos voltarão a ver
nem que seja o fio do destino
desenhado por uma estrela cadente
no cetim azul das tardes
sobre a baía dos veleiros imaginados.

Quando eu for pequeno, mãe,
nenhum de nós falará da morte,
a não ser para confirmarmos
que ela só vem quando a chamamos
e que os animais fazem um círculo
para sabermos de antemão que vai chegar. 

Quando eu for pequeno, mãe,
trarei as papoilas e os búzios
para a tua mesa de tricotar encontros,
e então ficaremos debaixo de um alpendre
a ouvir uma banda a tocar
enquanto o pai ao longe nos acena,
lenço branco na mão com as iniciais bordadas,
anunciando que vai voltar porque eu sou pequeno
e a orfandade até nos olhos deixa marcas.

José Jorge Letria, in "O Livro Branco da Melancolia"